Conclusões

Estou aqui.
Perdida em devaneios enquanto os telefones tocam incessantemente.
Estou aqui, tentando compreender os motivos de minha mudança brusca e confusa que me fez afastar tanto do espírito livre que eu tinha, o que aconteceu de tão transformador que me deixou tão observadora, tão quieta.
Caro amigo, a normalidade me sufoca. Me tornei uma espécie de autômato diurno, que faz as mesmas coisas, do mesmo jeito, no mesmo lugar. Um dia desses, observei a janela sem prestar atenção no que via. Nesse momento tive uma epifania e senti que precisava pedir socorro. Minhas energias estavam se escoando onde não deveria, o reflexo no espelho era diferente: de dia, o autômato; à noite, um pouco do que eu era, mas sem a luz de outrora.
Me pergunto se permiti ou se não percebi que as coisas tinham mudado, se eu teria agido de forma diferente se tivesse percebido a tempo, mas sei que são perguntas inúteis e não resolverão essa confusão dentro de mim.
Espero, caro amigo, que eu consiga renascer das cinzas novamente. Que eu tenha a inspiração e a criatividade para voltar a te escrever tantos devaneios bonitos.
Que eu seja apenas a garota tranquila no balanço.

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