No meu silêncio

Às vezes, adorava ficar sozinha. Sem a bagunça diária, as conversas confusas, nem o barulho da televisão ou dos toques do celular. No silêncio da casa vazia, a mente viajava por lugares nunca antes explorados, a imaginação era fértil a ponto de imaginar uma segunda vida, muito mais simples e ao mesmo tempo extremamente mágica e por aí vai. Podia ouvir a música favorita e dançar do jeito mais estapafúrdio possível, comer sem culpa, e fazer tudo que viesse à cabeça.
Poderia assistir aos filmes mais babacas (isso inclui filmes melosos, com certeza), com a caixa de lenços ao lado (ou um rolo de papel higiênico, vamos ser sinceros), ou simplesmente ficar quietinho, no seu canto favorito.
É tão necessário quanto respirar. Olhar para dentro, para se redescobrir.

Aí um som ao longe te faz despertar para o mundo real. Ops, o pessoal chegou. Não tem problema, porque logo vamos nos reencontrar. 

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